Andar de mota é uma experiência única, que combina liberdade, mobilidade e prazer de condução. Mas para aproveitar tudo isto, sem comprometer a segurança, é fundamental investir no equipamento adequado e adotar comportamentos preventivos na estrada.
Segundo o relatório anual da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) relativo a 2023, “os motociclos com cilindrada até 125 cc registaram um aumento de 37,1% nas vítimas mortais e de 25,5% nos feridos graves entre 2022 e 2023”.
Perante estes dados, torna-se ainda mais importante reforçar o papel do capacete, das luvas, das botas de motociclismo e de todo o equipamento de proteção na redução do risco de lesões.
Neste guia, reunimos conselhos práticos e recomendações úteis para garantir uma condução mais segura, seja em cidade, em viagens longas, em trânsito intenso ou até a andar de mota à chuva.
Equipamento de mota essencial para uma condução segura.
A segurança é a prioridade máxima em qualquer deslocação de mota. Para além do capacete, o elemento fundamental de proteção, é importante utilizar equipamento específico de motociclismo, devidamente ajustado e certificado.
E isto não tem nada a ver com estética ou moda. Os factos são simples:
- o corpo humano não está preparado para o impacto de um acidente;
- o risco de lesões por abrasão provocadas pelo deslizar no alcatrão é muito elevado;
- as condições meteorológicas influenciam o conforto e a segurança, chuva, vento e frio exigem equipamento adequado.
Equipamento obrigatório.
Em Portugal, todos os motociclistas são legalmente obrigados a utilizar um capacete homologado. Conduzir sem capacete implica uma coima entre 120 € e 600 € (artigo 82.º, n.º 7).
No entanto, para uma proteção eficaz, é recomendável utilizar o seguinte equipamento completo:
- capacete de mota;
- luvas de motociclismo;
- casaco específico para motociclistas;
- calças de proteção;
- colete refletor ou airbag de mota;
- botas de motociclismo.
Como escolher o capacete ideal.
De acordo com a ANSR, usar um capacete homologado, corretamente ajustado e bem apertado, reduz em 40% o risco de morte num acidente.
Mas com tantos modelos no mercado, pode ser difícil saber qual escolher.
- Escolha um capacete com o tamanho certo.
O capacete deve encaixar de forma firme e confortável. Por isso, não se recomenda o aluguer, exceto em situações excecionais, o ideal é ter o seu próprio capacete.
Certifique-se de que o capacete está homologado. Em Portugal, a norma válida é a ECE 22.06, e a etiqueta encontra-se normalmente no sistema de fecho.
O capacete integral (uma peça única) é o que oferece maior proteção, incluindo para o queixo, olhos e face.
Experimente vários modelos e marcas e escolha aquele que melhor se adapta à forma da sua cabeça.
O capacete tem validade?
A maioria dos fabricantes recomenda a substituição do capacete a cada cinco anos, ou antes, caso mostre desgaste evidente.
- Substitua o capacete após qualquer acidente.
Mesmo que os danos não sejam visíveis, um capacete que tenha sofrido impacto pode ter comprometido a estrutura interna.
Por isso, sempre que estiver envolvido num acidente, opte por substituí-lo.
- Botas e luvas ajustadas: proteção indispensável.
Muitos motociclistas dispensam parte do equipamento no verão, o que aumenta o risco de escoriações graves, que são especialmente frequentes nesta época do ano.
Use sempre luvas, mesmo com calor. Evite deixar pele exposta.
As luvas devem:
- cobrir totalmente as mãos;
- ajustar bem nos dedos;
- não apertar em excesso na zona do polegar;
- garantir proteção adequada na palma.
Embora não sejam obrigatórias por lei, são altamente recomendáveis.
- Equipamento motard: pele ou tecido?
Os fatos de motociclista podem ser em pele ou tecido técnico. Se optar por tecido, escolha modelos com proteções incorporadas.
Se usar fato de duas peças, mantenha as partes superior e inferior interligadas. O ajuste deve ser firme na cintura, nos pulsos, tornozelos e parte frontal.
Utilizar casaco com elementos refletivos ou um colete refletor aumenta significativamente a visibilidade no trânsito.
- Protetor de costas: um extra que salva vidas.
O protetor de costas inclui proteção dorsal e lombar e é um dos elementos mais importantes em caso de acidente.
Para escolher o mais adequado:
- confirme o tamanho correto;
- avalie o nível de certificação;
- verifique a respirabilidade do material, importante no verão.
- Respeite sempre as distâncias de segurança.
Manter distância é essencial para evitar colisões, sobretudo em travagens bruscas.
A regra mínima é: 2 segundos do veículo da frente.
Em chuva, nevoeiro ou piso escorregadio, aumente este intervalo.
Este simples cuidado pode evitar acidentes e dar-lhe tempo para reagir com segurança.
Conclusão: segurança é preparação.
A segurança na estrada vai muito além do equipamento, inclui atenção, técnica, preparação e capacidade de antecipar riscos.
Conduzir à chuva, com vento forte ou em tráfego intenso exige ainda mais cuidado.
Investir em equipamento certificado e de qualidade é a melhor forma de garantir proteção, conforto e confiança em todas as viagens.

